Na imagem, entrevista do Luiz Carlos Borges ao Programa Planeta Gaúcho, na Rádio Ilha Capital, em abril de 2021


Morreu em Porto Alegre, nesta quinta-feira, 10 de maio, aos 70 anos,  o músico instrumentista, compositor e intérprete Luiz Carlos Borges, um dos nomes mais conceituados do tradicionalismo gaúcho. Internado no Complexo da Santa Casa desde o dia 29 de março, Borges não resistiu a uma cirurgia para conter um aneurisma de aorta.

Luz Carlos Borges era natural de Santo Ângelo. Participou e venceu diversos festivais de música regional. Idealizador e organizador do Musicanto Sul-Americano, de Santa Rosa, onde também atuou com o jurado.

Com quase 60 anos dedicados à música e 35 discos lançados, animou bailes, durante duas décadas, ao lado do grupo familiar “Irmãos Borges”, e estreou carreira solo a partir da composição “Tropa de Osso”, premiada na 9º edição da Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, em 1979.

Atuou pelo Brasil afora e por países da América do Sul, Europa, Ásia e América do Norte. Conquistou durante sua carreira mais de uma centena de prêmios, conquistados em festivais como compositor, intérprete, instrumentista e arranjador.

Comemorou seus 70 anos no dia 25 de março, Quando postou nas suas redes sociais: “Alegria! 70 anos de vida, 60 anos deles grudados na cordeona. A festa começou ontem e segue hoje (por aqui estou) no Rancho Tabacaray com El Topador esperando os amigos! Gracias Los Corrales pela parceria na pilcha!”.

Marca deixada na cultura gaúcha

Luiz Carlos Borges teve um papel decisivo para a cultura gaúcha. Dos seus 70 anos, 60 foram dedicados à música gaúcha, sempre acompanhado da gaita, sua parceira de todas as horas. Com 35 álbuns, 269 composições e 720 gravações registradas no Ecad, o órgão responsável pela arrecadação e distribuição de direitos autorais no Brasil, Borges tinha um jeito próprio de compor e tocar o acordeon, misturando influências dos inúmeros bailes que tocou, das canções nativistas dos festivais e também de ritmos como o jazz e blues. 

Problemas de saúde

Luiz Carlos Borges estava enfrentando problemas de saúde por conta de aneurismas de aorta. Em 2003 sofreu o primeiro e em 2019, o segundo, quando ficou 85 dias internado no hospital, sendo 70 na UTI. Precisou reaprender a andar, a falar e a viver com autonomia. Diante das limitações físicas, Borges foi obrigado a se afastar do seu instrumento.

Depois de um período de readaptações, voltou aos palcos em julho de 2022. Com limitação no movimento na mão esquerda, alterou a forma de tocar sem perder as características que o alçaram ao hall de grandes gaiteiros do país. 

Neste período de readaptação, resolveu revisitar as músicas menos conhecidas de sua obra. Desta forma começou a preparar o show que marcaria a sua volta, O Que o Coração me Exige, que contou com canções intimistas, muitas delas vencedoras de festivais nativistas e que possuem um significado especial em sua trajetória musical. 


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